quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Estimular, e não punir.

Um dos problemas na educação que se percebe é o foco no erro, e não no acerto.

É incrível que seja essa a relação que se estabelece de modo geral no interior da instituição pensada enquanto modalidade de capacitação do sujeito ao desenvolvimento de suas possibilidades cognitivas.

Se até em nossas relações inter-pessoais é interessante que busquemos enaltecer as qualidades de nossas companheiras, amigos, semelhantes; por que logo na educação encontra-se a relação do caminhar em direção à ampliação da capacidade de compreender o mundo a partir da punição do erro, ao invés do estímulo ao acerto?

Pois bem, a partir dessa perspectiva um cem números de erros se estabelecem na relação professor-aluno. A dúvida, a pedra filosofal da construção do conhecimento torna-se uma confissão da fraqueza, da deficiência de se aprender; a maioria dos professores incapazes se escondem atrás da arrogância para esconder a limitação da sua compreensão sobre o assunto e a "máxima" absurda de que alguém que saiba muito sobre sua matéria tenha dificuldades de ensinar, justamente porque sabe muito, encontra condições de se materializar. Ora, trata-se de um grande absurdo filosófico. Alguém que efetivamente saiba tudo, logicamente percorreu todos os percursos das dúvidas, se de fato caminhou no sentido de compreender a fundo o que se pretende. Apenas a dúvida capacita a compreensão, o entendimento, e não mero reconhecimento do que está exposto traz em si a luz da verdade, unicamente porque assim que funcionam as coisas.

Buscar entender de fato, é desafiar o raciocínio. O colégio, de modo geral, é uma instituição falida, e o reflexo disso é a própria sociedade, a irracionalidade que se busca impor. Com certeza, tudo isso reflete as lógicas do modo de produção atual. Mas isso é outro papo, e fica para outro post.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Parte final de uma etapa

Considero que hoje seja o dia efetivamente no qual se encerra esse período, esse ciclo, nem tão breve como deveria ter sido, ou como realmente o é para a maioria das pessoas, nem tão longo, talvez, como eu desejaria, mas que, por fim, durou exatamente uma década.

Sim, eu levei uma década para me formar. Entre escolher o curso certo e entender que talvez a escolha do curso não viesse a determinar de modo conclusivo as escolhas futuras na minha vida, encontrar a Geografia, me apaixonar, surtar na geografia, e concluir o curso, durou exatamente uma década. Para mim foi uma ótima década. A melhor da minha vida, em todos os aspectos.

O próximo passo. Mestrado, e provavelmente em uma cidade perto da praia, tranquila e regada pelo som libertador que bate no ritmo do coração, São Luis do Maranhão.

Sim continuarei escrevendo. Tenho um projeto de uma série bem interessante.

Contudo neste semestre eu pude testemunhar três milagres. Um, a conclusão do meu livro que se chama A BATALHA do Universo Inconsciente, o livro gênese da série Iansâmaror.
Segundo, minha avó ter-se recuperado de um AVC intenso, em dois dias, sem nenhuma sequela (Deus, sabe como eu pedi para que tudo não passasse de um sonho, para que ela voltasse, e ela voltou, eu pedi à Mãe de Deus e ela me concedeu).
Terceiro, de fato, minha formatura, a conclusão do meu curso.

Agora vou retornar a escrever no meu blog, no blog do livro, até que ele vire um site gentilmente construído por um grande amigo meu. Vou retornar a escrever no recanto. Retomar o anteprojeto do mestrado. Enfim, lançar um livro dá trabalho. Mas o trabalho eu sei, ainda nem começou.

Viver é muito bom, lutar por algo é maravilhoso, correr atrás de um sonho, indescritível.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A BATALHA - Do Universo Inconsciente

A capa finalmente ficou pronta.

Parabéns pessoal da All Print Editora.

Eis o trabalho final, e a capa oficial do livro:





O Livro estará disponível para venda a partir do dia 12 de agosto na Bienal do Livro em São Paulo, e em Brasília para todo o território nacional a partir do dia 27de agosto.

Poderá ser encontrado nas maiores livrarias do país: Saraiva, Cultura...

Mas ao comprar diretamente com o autor você vai encontrar um grande desconto!

contatos do autor:

e-mail: gregorioborges01@gmail.com

sexta-feira, 23 de julho de 2010

LANÇAMENTO DO LIVRO EM BRASÍLIA

Olá amigos, amigas!

É com felicidade que pretendo divulgar os seguintes eventos relacionados ao lançamento do livro  
A BATALHA - Do Universo Inconsciente.

Em detrimento do lançamento que ocorrerá na Bienal de São Paulo nos dias 12 a 22 de agosto.Que terá Mesa de Autógrafo dia 19 de agosto de 13hs a 15hs  na Bienal do Livro de São Paulo, Rua L Estande 44, no espaço da editora All Print.

Um lançamento em Brasília se faz mais do que necessário, assim.



* Lançamento do Livro A BATALHA - Do Universo Inconsciente ocorrerá no dia 02/09 (quinta-feira) na Livraria Cultura, 19:30hs no Shopping Casa Park.   Sejam todos mais do que bem vindos.



* Festa do Lançamento do Livro no dia 04/09 (sábado) no espaço Cogi, Park Way. 17hs. SMPW Qd.10 Conj01 Lote08.  (em breve mapa do local)



Com as bandas confirmadas:





Coletivo Groove

Soul Trio

Kadmio

Casa Branca

Molécula

Ipê do Cerrado


e muita literatura.

Um dia com muita música, muita energia.

Livro sendo vendido a preço promocional de R$30,00, estaremos aceitando cartão.

Viver de cultura não é fácil, mas é mais do que gratificante. Lutarei até meu último esforço por esse caminho que se apresenta sobre a trilha da minha existência, com a ajuda dos amigos e com muita festa e alegria.

Em Breve divulgação de novos projetos, com escritores de outros Estados (Paraná e Minas Gerais).

* imagens retiradas da internet

SAIBA MAIS NO BLOG:
http://abatalhadouniversoinconsciente.blogspot.com/ 

terça-feira, 15 de junho de 2010

Viver, e não ter vergonha de ser feliz...


Viver é desvendar o mundo. A vida é um mergulho no complexo enigma da existência.







Tentar entender quem somos, compreender o funcionamento da máquina humana, é perceber o ser humano além da máquina, é reconhecer a poesia da existência, é se permitir ir à fundo na compreensão do mundo que nos cerca; reconhecer que o sentido da vida é o da mudança, e propor nossa mudança ao mundo.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Nem tão óbvio, nem tão maniqueísta.

Tirem nossos jovens das cadeias e presídios.

Os mantenham nas escolas.

Ou o país investe em educação, ou em polícia. Ou no futuro, ou alimenta a indústria da arma, do medo, dos seguros e seguranças.

Um projeto de lei deve estar em andamento em algum lugar, impondo aos policiais uma permanência mínima em sala de aula, em escola da periferias. (Isso seria bom? Para ambos os lados, é possível) Já que a luta pela educação ainda é tão inglória, quanto longa. Salários mais altos para professores - um instrumento óbvio para um futuro, na real acepção dessa palavra.

Contratam-se tantos policiais, porque não contratam mais professores? Ensinem às crianças o valor da sabedoria e do conhecimento, o resto vem junto.

Tarantino, Bastardos Inglórios - Uma relativização.

Sim, falar de um grande gênio é sempre penoso, doloroso e controverso. É o verso oposto do sonho que ainda resta, sobra, e falta. A esperança que ao menos os grandes gênios podem escapar da tenebrosa trama imposta pelo poder do dinheiro sobre as almas. Mas não é disso que eu quero falar. Muito menos do contrato social de Ruseau. Não, eu não assinei nem vendi aquilo que não somente não me pertence como é simplesmente tudo que possuo.

A vaidade, o sexo, o luxo, poderiam ser altamente benéficos se tomados fora da perspectiva da ilusão. A grande ilusão do desespero, progenitor da frustração sádica de projetar a felicidade e as limitações que o sistema de vida insere nos pensamentos, na fantasia da felicidade barata. Todas as nossas pulsões são reprimidas, mas outras são inventadas culturalmente a partir das tecnologias e reprimem todo o resto do humano que reside em cada um.



Sem mais delongas, minha principal motivação para esse post é enfim, reconhecer que talvez seja possível que todas as ligações sugeridas no post passado podem ter extrapolado o bom senso e até a própria realidade. E eu me importo. Me importo sim. E quando muitas pessoas me apontam o contrário, creio ser sábio e corajoso, e logo humano, reconhecer o possível limite do erro.

Tarantino é um grande gênio, e sua obra fantástica é maravilhosa em vários aspectos. Ele nos remete aos espaço recônditos de nossa totalidade enquanto pessoas, famintas e sedentas de impulsos, de extravasar anseios, de subjugar nossas limitações, e ter ojeriza por qualquer obstáculo que represente ou simbolize o limite.

Mas sim. Eu vejo o mundo muçulmano abandonado, agredido e atacado pelo mundo ocidental cristão. Vejo sua religião e sua cultura serem usadas como subterfúgios para novos e repetidos ataques. E me identifico, pois sou latino-americano (SOMOS!!). E vejo na sua história presente os passos da nossa história passada. E a visão do homem sobre o humano - me perdoem os antropólogos clássicos - deturpada pelo desejo louco e ilícito de acumulação de poder - traduzido no dinheiro - no nosso passado - o ouro, os recursos naturais - no presente, o petróleo (escasso muito escasso) dos Árabes!!!



Sim, eu me cansei dos filmes sobre o Holocausto. Por um único motivo - eles representam a necessidade de um estado para os Judeus, o estado de Israel - e a existência do Estado de Israel é o grande triunfo do eterno conflito pelo petróleo camuflado (o povo prometido, diz a bíblia). Promovem o holocausto humano árabe.

Soma-se os filmes premiados sobre o Holocausto com filmes como Guerra ao Terror, e pronto a fórmula está concluída. Na verdade me desculpem! Minha proposta é de relativizar.
Sim, não quero visões diferentes para serem empurradas goela abaixo o discurso que já vai ficando chato e repetitivo. Não, acho que os gênios ainda podem se recusar.

Mas é que é foda viver de arte.

E o dinheiro vem do mesmo lugar. E mesmo se o cara for burro pra caralho, ele vai chegar a conclusão que é uma merda morrer de fome.

Não eu não quero criticar Tarantino, muito menos o seu filme. Minha crítica em verdade vai em função de como todo um esquema ideológico se apropria de brilhantes produções. Ninguém tem culpa de ser talentoso, muito menos da história do próprio mundo. Mas eu quero se parte da causa Árabe, e quero que você também seja, como da causa Africana, Indiana, Latino-Americana. Sim, eu quero ser o outro lado da moeda, eu sonho com um mundo sustentável - em todos os sentidos, e também cultural. Que se acabem as guerras. Então eu também preciso crer em algo maior do que os homens, e não devo esperar nada das religiões.

É bom pensar que sou apenas uma pequena parcela de um grande pensamento, e assim sou um breve instrumento como muitos outros. A verdade tem que ser perseguida. Quem espera, deita, e dorme.

Acho que com esforço, alcancei minha relativização.
Um salve ao mestre cineasta:

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Bastardos Inglório

Um grande filme, onde se revela um "raríssimo exemplo de verdade emocional na filmografia de Tarantino" (parafraseando a frase de um sítio qualquer sobre cinema).


Será exagerado crer que exista qualquer relação com filmes a respeito do holocausto, e a apologia do sentimento sionista?


Será outro absurdo relacionar a apologia desse sentimento com a necessidade de justificar o estado de Israel, em todos os seus aspectos, em que se apresenta sua política expansionista e belicista contra o Estado da palestina?


Bastardos inglórios tem uma excelente fotografia, ótimas atuações, mas é tão ruim, que eu não consegui ver o filme inteiro. Está na hora de esquecermos o sofrimento do holocausto e pensarmos no sofrimento dos palestinos. Não podemos mudar o passado, mas podemos alterar o presente e construir um novo futuro.






É inegável que o Tarantino seja um ótimo diretor, um dos melhores nos últimos tempos. Entretanto, o objetivo ao qual esse magnífico diretor se propõe ao realizar o filme Bastardos Inglórios, é que não é tão glorioso.
Relembrar o holocausto nazista é importante por não deixar esquecer a tragédia, humana cruel e injustificável imposta aos judeus. Até esse ponto ninguém pode discordar que seja algo louvável.

O indignante é que efetivamente a colonização das américas pelos Europeus se deu de forma tão ou, infinitamente, mais cruel e não existem filmes (ou existem muito poucos) que tratam sobre o genocídio indígena, os "campos de concentração" de escravidão afro no continente americano; das seculares guerras na África (e suas reais causas); mas existem diversos e premiados filmes sobre o holocausto que vez em quando são tão bons que se torna quase proibido que se fale mal deles: 

A Vida É bela; 
A Lista de Schindler
Os Falsários (Oscar de melhor filme estrangeiro 2008)
Um Ato de Liberdade (Quentin Tarantino, 2009) 
Operação Valquíria (dir.: Bryan Singer, 2008) com Tom Cruise 
O Leitor (dir.: Stephen Daldry, 2008) - Kate Winslet ganhou o Oscar de melhor atriz 
O Menino do Pijama Listrado (dir.: Mark Herman, 2008) 
A Espiã (dir.: Paul Verhoeven, 2006) 
A Queda – As últimas horas de Hitler (dir.: Oliver Hirschbiegel, 2004) 
O Pianista (dir.: Roman Polanski, 2002) 
Cinzas de Guerra (dir.: Tim Blake Nelson, 2001)

Só para citar alguns deles. Tenha certeza que existem muitos mais, a lista é infindável.

A história do holocausto judeu "rende" mais filmes por que a história deles é mais cruel, do que o genocídio acometido aos índios nas américas do sul, central e do norte? Não. É mais importante do que as guerras que ainda existem, hoje, no território africano? Não.

Por acaso o que os alemães fizeram com os judeus é muito diferente do que os judeus (o povo prometido, segundo a bíblia) impõe aos Palestinos? Não. E segundo José Saramago, Israel transformou a faixa de gaza num campo de concentração à céu aberto.

A destituição, em parte, da glória do Tarantino enquanto gênio do cinema, ao meu ver, é atribuído em parte, quando se coloca a serviço de um filme, que dentro de uma série, serve para justificar as atitudes do Estado de Israel e seu projeto expansionista.

Bastardos Inglórios ainda apresenta o seu próprio Hitler judeu, só que mais bonito, mais "do povo", que luta junto a outros sanguinários soldados promovendo a vingança tão almejada e libertadora.


                                          

Não sei vocês, mas eu já cansei dessa temática hipócrita sobre um incidente que não difere de tantos outros, com certeza infinitamente infelizes, tristes, e injustificáveis, tanto quanto outros que ainda acontecem, no esquecido mundo mulçumano. A CRUZADA CRISTÃ AINDA NÃO ACABOU!! É por isso que a vida de um muçulmanos vale menos; claro eles são terríveis: obrigam as mulheres a usar burca, praticam atos terroristas, e tem barbas enormes.

A VERDADE É QUE OS MUÇULMANOS ESTÃO ACUADOS PELO MUNDO OCIDENTAL SEDENTO DO PETRÓLEO E DE ÁREAS PARA INSERIR SUAS EMPRESAS - Não têm espaço na mídia, têm sua religião ridicularizada, assim como seus costumes. A globalização representa as grandes Náus do passado; a construção simbólica midiática, no cinema, na música, nos jornais: as novas espadas. Os canhões, jatos, e metralhadoras: o novo Deus libertador - Amém!


                                                


A Palestina não deve sofrer calada! E os judeus devem aprender o significado da palavra perdão. Não faz mais sentido nenhum falar sobre o holocausto passado, enquanto estes mesmos atores promovem o holocausto presente no Estado da Palestina. 



                                              

Se é pra fazer filme que nos resgatem a história de violência e covardia sofrida por um povo, vamos lembrar do genocídio indígena. 
Talvez quando tivermos descendentes indígenas fazendo cinema vamos ver esse tipo de filme.


Salve à nova consciência, o caminho de paz!

domingo, 23 de maio de 2010

Continuando o pensamento

Tive a necessidade de escrever essa postagem para dar prosseguimento ao fluxo do pensamento que começou a brotar ontem.

De tal forma que, ratificando o que disse, entretanto, apenas uma pequena e diminuta parcela do que foi dito deve ser de fato alterado - tendo em vista que o amor falou mais alto: e eu não consigo ficar longe dos meus avós, meus pais, e da mulher que mais amo no mundo, minha flor (minha estrela). O sonho deve prosseguir em terras brazilienses mesmo, e a próxima etapa relativa ao processo é o retorno à dedicação de tentar passar no tão almejado concurso público, etapa necessária da trajetória; até porque me parece que muitos  grandes escritores já foram um dia funcionários públicos, e o ato de escrever deve ser livre da carência financeira, as idéias não devem estar atreladas senão à própria necessidades de serem ditas, não devem buscar agradar senão elas mesmas.

Boa terapia cotidiana, essa... o delírio da leitura e a loucura da escrita.

sábado, 22 de maio de 2010

Quem quer corre atrás.

Hoje eu acordei com três certezas: De que eu vou pra São Paulo final do ano tentar o mestrado na UsP; de que eu quero realmente continuar escrevendo (eu preciso terminar o segundo livro e reescrever o primeiro). E de que efetivamente eu vou seguir com essa decisão. Não tem volta.

Quando colocamos um sonho em função de outro maior, isso lhe atribui um patamar ainda mais relevante; tendo em vista que, além de passar a ser resultado de uma decisão realmente difícil, tem no cerne da sua consolidação sacrifício necessário - que coloca todas as pulsões do corpo num estado elevado do desejo de se fazer dar certo (e lutar para que se faça dar certo), sendo que nada garante de fato: a concretude da felicidade de sua efetivação. - A Luta de Dom Quixote contra os grandes moinhos. A batalha contra o mostro moedor de sonhos, o mundo aí fora, filho, fruto, do sistema.

Mas vale a pena mesmo viver sem sonhar? Enquanto sonhar for possível, que o façamos então; e que seja sempre, de alguma forma, possível.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Um bom livro: "Aula de Geografia" de Manoel Fernandes

 

Muito bom o livro "Aula de Geografia" de Manoel Fernandes. Excelente para qualquer pessoa que pretenda ser um educador, ou mesmo que decida refletir sobre a educação, assim, também para todo aluno. Um livro encantador e divertido, tanto quanto revelador das contradições do processo de transmissão do saber.

  Durante o delicioso processo que é o desenvolvimento de uma monografia (mas nem sempre tão prazeroso), fui presenteado pelo meu mestre e orientador prof.: Gilberto Oliveira - um excelente mestre com quem tenho a honra de aprender e a sorte de ser aluno - com a sugestão de leitura de um livro muito interessante, tanto quanto divertido e essencialmente importante para qualquer educador, e também para todo aluno.

Um livro pequeno, escrito numa linguagem simples e poética, traz complexas temáticas e profundos questionamentos, retomando em muitos momentos Paulo Freire, revelando a "fúnebre" atmosfera da sala de aula hoje, e a necessidade de mudança desse quadro para o presente e futuro.

Destaque para a frase do autor: "(...) A imagem, entretanto, que se tem da aula, para muitos, é a imagem da morte."
- Para mim essa frase é quase uma revelaçao Freudiana da relação aluno-aula (cujo algoz se traduz na imagem do professor, em muitos casos, com muito direito).




Recomendo demais esse pequeno, breve e divertido livro, que com certeza promove uma concreta e densa reflexão.

Uma passagem tanto bela, quanto interessante da visão desse, creio não ser imprudente dizer, irreverente geógrafo, prof.: Manoel Fernandes:

"O mangue vive de um jeito diferente. Entre o rio e o mar ele se ocupa de ser um incestuoso estuário da vida que veio e da vida que passará. Em seu manancial confuso de argila absorvente, silte brincante, organismos em decomposição, o universo vivo de suas belas formas se recria incessantemente. Ambiente mágico e dialético, oposto ao desenho estético disciplinador, o mangue fechado sobre si mesmo, abre-se em seus mistérios para receber. Quem desejar compreendê-lo deve tentar penetrá-lo incansavelmente, abandonado a terra firme da certeza e a careza das fontes límpidas."

Demais, um Salve ao poeta!
Um Salve à concepção criadora da existência.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Guerra ao Terror (...) ?????...


Guerra ao Terror (?). Não!

Que tal Apologia ao Terror. Talvez!




Pelo menos a absurda permiação desse filme, que além de tudo é muito ruim, serve para evidenciar o quanto o Oscar é um prêmio político.




   Mais uma vez, Hollywood, que faliu a muito tempo e vive do patrocínio das grandes corporações empresarias (principalmente a Bélica, entre outras) se coloca como justificativa e discurso da perpetução do terror no planeta.

  No filme intitulado "Guerra ao Terror", tentam inverter os papéis, mostrando um exército que desrespeita a soberania interna de outro país, suas leis, seus costumes - como salvadores, cara que absurdo! E todo mundo sabe, em nome de conseguir colocar no poder pessoas afeitas em aceitar grandes empresas que desejam se estabelecer naquele território, além de uma fatia no controle da produção: do petróleo. (a atual veia aorta da econômia norte-americana).

  Não se enganem! Não sou anti-norte-americano (mas conheço muitas pessoas que são). Minha filosofia é do amor, do perdão, e do conhecimento. Sou contra a imposição ideológica que facilmente se instala no cenário imagético construído pela proganda ideológica no cinema.

Em outras palavras eu sou contra: a idéia de que a impulsividade se sobreponha à cautela (personicada no protagonista: ele não reflete, ele age, tem armas e é bom). A cautela e a reflexão são demais importantes, a impulsividade também tem seu valor, mas não na forma como argumenta o filme.

Sou contra a idéia de que os soldados não podem tentar ser civilizados, e conversar com os cidadãos (personificado na cena em que o psicólogo tentando conversas com os cidadãos locais, explode - claro estão na guerra e guerra é guerra não é? Não! A guerra foi imposta ao lugar, e os terroristas fabricados pelo terror da guerra - guerra ao terror? o terror é a guerra).

Sou contra a visão desumanizada contra os mulçumanos, até porque meu segundo pai (meu padrasto) é libanês, e eu sei o que é ter parentes no mundo árabe - é a própria personificação do terror - a mídia te esquece, o mundo te esquece, e o petróleo desaba sobre suas cabeças como uma bomba.

Sou contra a idéia de que um home prefira viver perto da morte do que encarar a própria família. Não tenho dúvidas, viver uma família intensamente em todas as suas responsabilidades é mais difícil do que desarmar qualquer bomba. Exige mais reflexão, nos conduz a um estágio mais elevado de nós mesmos.

Um Salve à vida, não à guerra.

Hollywood é a verdadeira indústria da arma. - Conte quantas armas estão nas capas de filmes em locadoras, façam essa experiência. Ela não mereceria um processo por isso? hehe

Um Salve à Paz!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Projeto Ficha Limpa, votação

Ontem eu estive no Congresso Nacional para acompanhar a votação do Projeto Ficha Limpa – que impede que um homicida, um latrocida, ou um corrupto se candidate para representar o povo, na nossa forma representativa de democracia. Não posso negar que no mínimo, foi um grande aprendizado, o qual pretendo compartilhar.
Para aqueles que afirmam que o Projeto Ficha Limpa – PLP de 1993 (sim tem dezessete anos que essa lei está sendo enrolada no Congresso) vai esvaziar a casa representante dos interesses da nação, a resposta simples e clara é: não! Vai apenas substituir as figuras marcadas que estão lá fazendo negócios a custa das expectativas e necessidades urgentes de uma nação.
Pois então, eu estava lá, acompanhado de mais meia dúzia de gatos pingados, e o que posso dizer é que no mínimo foi interessante estar lá. Primeiro ponto é dificílimo chegar às “Galerias” (o local de onde podemos acompanhar a seção). Antes de encontrar o corredor, através de uma porta quase fechada em um canto aparentemente em eterna reforma, pedindo orientação duas ou três pessoas haviam me dito que eu não poderia entrar na seção pois eu estava sem terno. Até que um nobre cavalheiro me ensinou o pedregoso caminho para a Galeria, lugar onde pode se entrar sem terno, e acompanhar o zoológico, a feira, que uma plenária no Congresso.
Estavam votando duas emendas que efetivamente descaracterizavam todo o projeto Ficha Limpa, uma a respeito dos colegiados, outro que permitia que o candidato processado consiga na justiça uma decisão de efeito suspensivo para se eleger, ou seja, todos. O que retira a validade da referida lei. Fato é que essa lei só passaria com essa pequena emenda, pois a maioria dos que a votavam tinham se elegido com dinheiro podre. Nossa Câmara e o presídio tem como diferença somente o tratamento que recebem seus interno, e os ternos, de resto, tudo igual.
O mais interessante contudo é a cara de pau, da infeliz atitude da maioria ali. Votando pelo “sim”, os deputados votavam a favor da emenda que descaracterizava o projeto. Cada deputado fez um discurso completamente diferente, e alguns até emocionados, mas todos votaram pelo “sim”. Uns foram categoricamente a favor da emenda defendendo que a democracia deve ser leniente com o fato de que bandidos e assassinos possam se candidatar. Outros, menos enlouquecidos, defendiam a necessidade do Projeto Ficha Limpa e a moralização da Casa, mas todos votavam sim.
Um fazia um discurso e diz “sim”, outro atacava esse, dizendo o completo oposto, e emocionado, também votava “sim”. Uma tremenda peça clown, um espetáculo que se não fosse triste, bem poderia ser muito engraçado. É uma ofensa a qualquer pessoa o que eles fazem. As duas emendas foram aprovadas: O Projeto Ficha Limpa é só fachada.

A posição da galeria, de onde qualquer pessoa pode assistir às votações, é pelo menos interessante: ao menos uma congratulação ao honrado Niemeyer. Ficamos no andar de cima assistindo em baixo um grande teatro feito para a população brasileira e para eles mesmos. Enquanto um deputado fala ao microfone todos os outros estão conversando em panelinhas, num frenesi que bem parece que estão rapidamente vendendo o Brasil. Ganhando dinheiro vendendo o que não é deles, isso no mínimo é apropriação indébita, para não dizer que são um bando de ladrões. A maioria bradando pela democracia, esta, que representa o grande volume de dinheiro que entra nos seus bolsos.
A democracia é algo importante, sim! A mais importante. A democracia plena, talvez uma utopia. As utopias são importantes. São metas, conjunto de princípios e ideais que devem ser buscadas sempre. Atingi-las significa atingir a plenitude da realização do ser humano sobre o planeta. A democracia também é um exercício, de aprimoramento das instituições, reflexo de uma educação completa que permita ao homem compreender todos os processos sociais dentro de sua unidade, o corpo social como um organismo do qual todos dependemos e fazemos parte.
Perguntei a um colega o que ele tinha achado da plenária, e ele me respondeu que nunca mais bebia na vida. A sensação ali realmente é de que ninguém leva esse país a sério! Pois deveriam, aqueles velhos abutres que se penduram à política por não oferecer educação ao povo, e assim tira o poder de suas mãos, e o transporta aos volumes financeiros de campanhas que promete quimeras à um povo faminto e desesperado porque não tem informação nem conhecimento.
Mas eu sou otimista, acredito no poder da informação e do conhecimento, e se nossos representantes não querem cedê-la ao povo, ela vai chegar de qualquer maneira, mais lenta, mas vai chegar. Pois não se enganem, a verdade, ninguém pode calar. E todos estes que agora pensam que estão saindo “ganhando” ainda vão ser lembrados pela história como grandes covardes, piadas. Suas memórias farão jus ao que construíram em vida.
A força da vida, não se enganem, é poderosa, caso contrário não estaríamos aqui.


terça-feira, 27 de abril de 2010

Direito Internacional e relações interpessoais

Viver a pluralidade é um desafio. Um desafio que deve ser assumido como responsabilidade e como meio de aperfeiçoamento de nós mesmos. Como todo desafio, ele exige de nós, nossa própria superação. É um exercício que demanda energia, paciência e compreensão. Esse processo, de modo geral, bem poderia ser compreendido como uma forma de exercício da alteridade.

A ciência do Direito é um imenso lócus onde a pluralidade das idéias disputam espaço. Alguns estudantes e professores de direito podem crer que o Direito é um ramo que pretende unicamente auxiliar o grupo dominante a manter o seu poder. Eu discordo dessa posição. Conviver no mundo das pluralidades das idéias não é concordar com tudo. O Direito Internacional é a parcela, que pessoalmente, mais traz a discussão da natureza e essência do direito para onde efetivamente deveria ser feita: na perspectiva mais humanista possível. Pois é uma ciência criada pelo homem, para o homem, em cujas relações encontra limitações de realização; e assim, a partir dos homens, ela pode conceber caminhos diversos para a própria realização da sociedade, e do seu entendimento pelos indivíduos.

São três as, que me parecem, principais razões do Direito Internacional - todo acordo pode ser realizado pelos Estados desde: que previamente acordado, que o objeto seja lícito, e que se respeite a soberania interna de cada Estado.

Não deveria ser, assim, justamente também no âmbito das relações interpessoais? Todo acordo pode ser válido entre quaisquer pessoas, desde que anteriormente acordadas pelos interessados; desde que o objeto seja lícito - devemos aqui entender lícito no sentido de positivo para ambos e para os demais; e desde que se respeite a soberania que cada indivíduo de possuir sobre si mesmo.

A paz não é um fim, é o caminho. O amor, uma forma de compreensão.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Pais e filhos...

Existe uma grande parte da cinematografia mundial, daí pode-se inferir, especificamente, Hollywoodiana, o que vale também pro universo dos romances (livros), que busca evidenciar, talvez no anseio de buscar descobrir as possíveis causas, ou mesmo de compartilhar a angústia que muitos pais expressam perante a impossibilidade de compreender os filhos; ou mesmo da frustração de perceber nos filhos pessoas completamente opostas a elas, e às suas expectativas.


Em boa parte destas obras tem-se então um pai, ou pais (inclue-se aqui a mãe), que são verdadeiros super-heróis, dotados de talentos surpreendentes, e principalmente de uma singular força vital, cuja limitação aparentemente somente se revela na incapacidade de fazer revelar ao filho á imensa sabedoria e conhecimento dos processos da vida, que possívelmente lhe trariam a anulação dos conflitos e ansiedades. Sem entrar na discussão que a própria tensão gerada por esse universo de expectativas impõe sobre os filhos; paralelamente à versão sugerida, corre outra versão, a das infinitas possibilidades da vida não acessíveis. A vida, que aparentemente é única, e assim impossibilitada de comparação impõe a dúvida da certeza das decisões.

De tal maneira, costumeiramente na gama literária acima mencionada, é possível vizualizar um processo de projeção do fator limitador aos filhos. O super-herói que tudo pode, não é capaz de usufruir da liberdade, que em verdade é virtual, e assim pode atribruir a qualquer motivo o fator da limitação, menos à própria condição da vida, e acaba atribuindo em maior parte ao filho. Que se num primeiro momento urge pela atenção e amor, logo que percebe a culpa sobre o destino do progenitor, se esconde na apatia, indolência, ou rebeldia; até o momento que consegue atingir maturidade necessária pra entender que não tem culpa de nada e que na verdade, seus pais, os grandes super-heróis, são uns babacas e a culpa dos seus possíveis fracassos são unicamente deles.

- esse texto é inspirado no livro “Clube do Filme”, não lembro o nome do autor.

Aos pais o sentimento de “Porra, ferraram minha vida e ainda sou obrigado a ajudar eles a chegar a algum lugar”. Ao filhos “Onde foi que eu errei? Só faço merda mesmo” (Talvez daqui Freud tenha intelectualizado a percepção da fase anal na criança– Pra rir mesmo); seguido de “Vou ser qualquer coisa oposta aos meus pais”.

E no fundo, todos se amam, de uma forma ou outra. Tão contrário assim é mesmo o amor. Talvez seja o amor a liga que consiga manter toda essa contradição dentro de uma possível unidade.
Vamos amar então.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Desenvolvimento

Qualquer desenvolvimento concreto e duradouro deve obviamente ser precedido de investimento em pesquisa, produção, inserção de tecnologia. Não se trata de pensar a tecnologia inserida nos modos de produção, como maquinário na agilização dos processos de produção, como automatização desses processos. Trata-se, em verdade, da necessidade de impor desafios, ou melhor, enfrentar os desafios, existentes na relação entre desenvolvimento e equilíbrio, tanto ambiental, da compreensão das dinâmicas ambientais e o sutil equilíbrio existente; tanto quanto sociais. Ao contrário do que se possa imaginar, ao invés de uma crítica que procure ressaltar a necessidade de modificação do capitalismo (o que é, minimamente), este ponto revela a impossibilidade de um modelo de produção que tenha como centralidade a necessidade do lucro; e assim, é uma crítica ao próprio modelo.
De todo modo, tomando o foco sobre um desenvolvimento possível e necessário, concreto, consistente, dentro das impossibilidade impostas pela forma atual das relações existentes, e dentro desta, é indiscutível a necessidade de implementação de uma mentalidade ansiosa por desafios, que se possa enfrentá-los, direcionar investimentos a partir de tais. Todavia enquanto os agentes e atores do mercado estiverem atrelado ao poder político, jamais será possível transcender esse resquício colonial do atraso.
Um exemplo claro dessa questão se traduz na criação de bairros “ecologicamente corretos” que ao contrário de preservar, devastam a mata original e depredam áreas do meio ecológico, ignorando sua infindável, e essencial, importância às futuras gerações. Conquanto que o pecado maior sempre será atribuída à especulação imobiliária, a negligencia à busca de alternativas no desenvolvimento de tecnologias para a construção de edifícios efetivamente ecológicos tem caráter duplamente funesto. Em primeiro lugar é sórdido porque ignora todo o conhecimento adquirido, da importância da manutenção das espécies no planeta; em segundo lugar, porque não permite ao estudante, ao futuro profissional, ou à sociedade, a possibilidade de desenvolvimento de novas tecnologias que proporcionem efetivamente a existência de um modelo sustentável, perpetua a posição de eterno dependente de importação de tecnologia, buscando encontrar o equilíbrio na balança comercial nacional através da exportação de insumos primários, do agro comércio; intensificando as imensa feridas existentes nos territórios que se desenvolveram dentro do modelo atual a partir da colonização e exploração dos seus bens, os territórios colonizados.
Pacto doloroso e longínquo, das relações supérfluas de um grupo que não entende nem porque continua no poder, mas que a todo custo, e a todo preço, faz questão de se perpetuar e atravancar o sentido da história.

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“A mudança é parte da natureza humana, desejar a revolução é o que há de mais coerente nela; é a nossa condição de perpetuação através do tempo. Canalizemos então à Eros, o sentido da criação e da vida, façamos da vida este templo prazeroso da ampliação de nossas capacidades perceptivas”.