segunda-feira, 24 de maio de 2010

Bastardos Inglório

Um grande filme, onde se revela um "raríssimo exemplo de verdade emocional na filmografia de Tarantino" (parafraseando a frase de um sítio qualquer sobre cinema).


Será exagerado crer que exista qualquer relação com filmes a respeito do holocausto, e a apologia do sentimento sionista?


Será outro absurdo relacionar a apologia desse sentimento com a necessidade de justificar o estado de Israel, em todos os seus aspectos, em que se apresenta sua política expansionista e belicista contra o Estado da palestina?


Bastardos inglórios tem uma excelente fotografia, ótimas atuações, mas é tão ruim, que eu não consegui ver o filme inteiro. Está na hora de esquecermos o sofrimento do holocausto e pensarmos no sofrimento dos palestinos. Não podemos mudar o passado, mas podemos alterar o presente e construir um novo futuro.






É inegável que o Tarantino seja um ótimo diretor, um dos melhores nos últimos tempos. Entretanto, o objetivo ao qual esse magnífico diretor se propõe ao realizar o filme Bastardos Inglórios, é que não é tão glorioso.
Relembrar o holocausto nazista é importante por não deixar esquecer a tragédia, humana cruel e injustificável imposta aos judeus. Até esse ponto ninguém pode discordar que seja algo louvável.

O indignante é que efetivamente a colonização das américas pelos Europeus se deu de forma tão ou, infinitamente, mais cruel e não existem filmes (ou existem muito poucos) que tratam sobre o genocídio indígena, os "campos de concentração" de escravidão afro no continente americano; das seculares guerras na África (e suas reais causas); mas existem diversos e premiados filmes sobre o holocausto que vez em quando são tão bons que se torna quase proibido que se fale mal deles: 

A Vida É bela; 
A Lista de Schindler
Os Falsários (Oscar de melhor filme estrangeiro 2008)
Um Ato de Liberdade (Quentin Tarantino, 2009) 
Operação Valquíria (dir.: Bryan Singer, 2008) com Tom Cruise 
O Leitor (dir.: Stephen Daldry, 2008) - Kate Winslet ganhou o Oscar de melhor atriz 
O Menino do Pijama Listrado (dir.: Mark Herman, 2008) 
A Espiã (dir.: Paul Verhoeven, 2006) 
A Queda – As últimas horas de Hitler (dir.: Oliver Hirschbiegel, 2004) 
O Pianista (dir.: Roman Polanski, 2002) 
Cinzas de Guerra (dir.: Tim Blake Nelson, 2001)

Só para citar alguns deles. Tenha certeza que existem muitos mais, a lista é infindável.

A história do holocausto judeu "rende" mais filmes por que a história deles é mais cruel, do que o genocídio acometido aos índios nas américas do sul, central e do norte? Não. É mais importante do que as guerras que ainda existem, hoje, no território africano? Não.

Por acaso o que os alemães fizeram com os judeus é muito diferente do que os judeus (o povo prometido, segundo a bíblia) impõe aos Palestinos? Não. E segundo José Saramago, Israel transformou a faixa de gaza num campo de concentração à céu aberto.

A destituição, em parte, da glória do Tarantino enquanto gênio do cinema, ao meu ver, é atribuído em parte, quando se coloca a serviço de um filme, que dentro de uma série, serve para justificar as atitudes do Estado de Israel e seu projeto expansionista.

Bastardos Inglórios ainda apresenta o seu próprio Hitler judeu, só que mais bonito, mais "do povo", que luta junto a outros sanguinários soldados promovendo a vingança tão almejada e libertadora.


                                          

Não sei vocês, mas eu já cansei dessa temática hipócrita sobre um incidente que não difere de tantos outros, com certeza infinitamente infelizes, tristes, e injustificáveis, tanto quanto outros que ainda acontecem, no esquecido mundo mulçumano. A CRUZADA CRISTÃ AINDA NÃO ACABOU!! É por isso que a vida de um muçulmanos vale menos; claro eles são terríveis: obrigam as mulheres a usar burca, praticam atos terroristas, e tem barbas enormes.

A VERDADE É QUE OS MUÇULMANOS ESTÃO ACUADOS PELO MUNDO OCIDENTAL SEDENTO DO PETRÓLEO E DE ÁREAS PARA INSERIR SUAS EMPRESAS - Não têm espaço na mídia, têm sua religião ridicularizada, assim como seus costumes. A globalização representa as grandes Náus do passado; a construção simbólica midiática, no cinema, na música, nos jornais: as novas espadas. Os canhões, jatos, e metralhadoras: o novo Deus libertador - Amém!


                                                


A Palestina não deve sofrer calada! E os judeus devem aprender o significado da palavra perdão. Não faz mais sentido nenhum falar sobre o holocausto passado, enquanto estes mesmos atores promovem o holocausto presente no Estado da Palestina. 



                                              

Se é pra fazer filme que nos resgatem a história de violência e covardia sofrida por um povo, vamos lembrar do genocídio indígena. 
Talvez quando tivermos descendentes indígenas fazendo cinema vamos ver esse tipo de filme.


Salve à nova consciência, o caminho de paz!

domingo, 23 de maio de 2010

Continuando o pensamento

Tive a necessidade de escrever essa postagem para dar prosseguimento ao fluxo do pensamento que começou a brotar ontem.

De tal forma que, ratificando o que disse, entretanto, apenas uma pequena e diminuta parcela do que foi dito deve ser de fato alterado - tendo em vista que o amor falou mais alto: e eu não consigo ficar longe dos meus avós, meus pais, e da mulher que mais amo no mundo, minha flor (minha estrela). O sonho deve prosseguir em terras brazilienses mesmo, e a próxima etapa relativa ao processo é o retorno à dedicação de tentar passar no tão almejado concurso público, etapa necessária da trajetória; até porque me parece que muitos  grandes escritores já foram um dia funcionários públicos, e o ato de escrever deve ser livre da carência financeira, as idéias não devem estar atreladas senão à própria necessidades de serem ditas, não devem buscar agradar senão elas mesmas.

Boa terapia cotidiana, essa... o delírio da leitura e a loucura da escrita.

sábado, 22 de maio de 2010

Quem quer corre atrás.

Hoje eu acordei com três certezas: De que eu vou pra São Paulo final do ano tentar o mestrado na UsP; de que eu quero realmente continuar escrevendo (eu preciso terminar o segundo livro e reescrever o primeiro). E de que efetivamente eu vou seguir com essa decisão. Não tem volta.

Quando colocamos um sonho em função de outro maior, isso lhe atribui um patamar ainda mais relevante; tendo em vista que, além de passar a ser resultado de uma decisão realmente difícil, tem no cerne da sua consolidação sacrifício necessário - que coloca todas as pulsões do corpo num estado elevado do desejo de se fazer dar certo (e lutar para que se faça dar certo), sendo que nada garante de fato: a concretude da felicidade de sua efetivação. - A Luta de Dom Quixote contra os grandes moinhos. A batalha contra o mostro moedor de sonhos, o mundo aí fora, filho, fruto, do sistema.

Mas vale a pena mesmo viver sem sonhar? Enquanto sonhar for possível, que o façamos então; e que seja sempre, de alguma forma, possível.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Um bom livro: "Aula de Geografia" de Manoel Fernandes

 

Muito bom o livro "Aula de Geografia" de Manoel Fernandes. Excelente para qualquer pessoa que pretenda ser um educador, ou mesmo que decida refletir sobre a educação, assim, também para todo aluno. Um livro encantador e divertido, tanto quanto revelador das contradições do processo de transmissão do saber.

  Durante o delicioso processo que é o desenvolvimento de uma monografia (mas nem sempre tão prazeroso), fui presenteado pelo meu mestre e orientador prof.: Gilberto Oliveira - um excelente mestre com quem tenho a honra de aprender e a sorte de ser aluno - com a sugestão de leitura de um livro muito interessante, tanto quanto divertido e essencialmente importante para qualquer educador, e também para todo aluno.

Um livro pequeno, escrito numa linguagem simples e poética, traz complexas temáticas e profundos questionamentos, retomando em muitos momentos Paulo Freire, revelando a "fúnebre" atmosfera da sala de aula hoje, e a necessidade de mudança desse quadro para o presente e futuro.

Destaque para a frase do autor: "(...) A imagem, entretanto, que se tem da aula, para muitos, é a imagem da morte."
- Para mim essa frase é quase uma revelaçao Freudiana da relação aluno-aula (cujo algoz se traduz na imagem do professor, em muitos casos, com muito direito).




Recomendo demais esse pequeno, breve e divertido livro, que com certeza promove uma concreta e densa reflexão.

Uma passagem tanto bela, quanto interessante da visão desse, creio não ser imprudente dizer, irreverente geógrafo, prof.: Manoel Fernandes:

"O mangue vive de um jeito diferente. Entre o rio e o mar ele se ocupa de ser um incestuoso estuário da vida que veio e da vida que passará. Em seu manancial confuso de argila absorvente, silte brincante, organismos em decomposição, o universo vivo de suas belas formas se recria incessantemente. Ambiente mágico e dialético, oposto ao desenho estético disciplinador, o mangue fechado sobre si mesmo, abre-se em seus mistérios para receber. Quem desejar compreendê-lo deve tentar penetrá-lo incansavelmente, abandonado a terra firme da certeza e a careza das fontes límpidas."

Demais, um Salve ao poeta!
Um Salve à concepção criadora da existência.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Guerra ao Terror (...) ?????...


Guerra ao Terror (?). Não!

Que tal Apologia ao Terror. Talvez!




Pelo menos a absurda permiação desse filme, que além de tudo é muito ruim, serve para evidenciar o quanto o Oscar é um prêmio político.




   Mais uma vez, Hollywood, que faliu a muito tempo e vive do patrocínio das grandes corporações empresarias (principalmente a Bélica, entre outras) se coloca como justificativa e discurso da perpetução do terror no planeta.

  No filme intitulado "Guerra ao Terror", tentam inverter os papéis, mostrando um exército que desrespeita a soberania interna de outro país, suas leis, seus costumes - como salvadores, cara que absurdo! E todo mundo sabe, em nome de conseguir colocar no poder pessoas afeitas em aceitar grandes empresas que desejam se estabelecer naquele território, além de uma fatia no controle da produção: do petróleo. (a atual veia aorta da econômia norte-americana).

  Não se enganem! Não sou anti-norte-americano (mas conheço muitas pessoas que são). Minha filosofia é do amor, do perdão, e do conhecimento. Sou contra a imposição ideológica que facilmente se instala no cenário imagético construído pela proganda ideológica no cinema.

Em outras palavras eu sou contra: a idéia de que a impulsividade se sobreponha à cautela (personicada no protagonista: ele não reflete, ele age, tem armas e é bom). A cautela e a reflexão são demais importantes, a impulsividade também tem seu valor, mas não na forma como argumenta o filme.

Sou contra a idéia de que os soldados não podem tentar ser civilizados, e conversar com os cidadãos (personificado na cena em que o psicólogo tentando conversas com os cidadãos locais, explode - claro estão na guerra e guerra é guerra não é? Não! A guerra foi imposta ao lugar, e os terroristas fabricados pelo terror da guerra - guerra ao terror? o terror é a guerra).

Sou contra a visão desumanizada contra os mulçumanos, até porque meu segundo pai (meu padrasto) é libanês, e eu sei o que é ter parentes no mundo árabe - é a própria personificação do terror - a mídia te esquece, o mundo te esquece, e o petróleo desaba sobre suas cabeças como uma bomba.

Sou contra a idéia de que um home prefira viver perto da morte do que encarar a própria família. Não tenho dúvidas, viver uma família intensamente em todas as suas responsabilidades é mais difícil do que desarmar qualquer bomba. Exige mais reflexão, nos conduz a um estágio mais elevado de nós mesmos.

Um Salve à vida, não à guerra.

Hollywood é a verdadeira indústria da arma. - Conte quantas armas estão nas capas de filmes em locadoras, façam essa experiência. Ela não mereceria um processo por isso? hehe

Um Salve à Paz!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Projeto Ficha Limpa, votação

Ontem eu estive no Congresso Nacional para acompanhar a votação do Projeto Ficha Limpa – que impede que um homicida, um latrocida, ou um corrupto se candidate para representar o povo, na nossa forma representativa de democracia. Não posso negar que no mínimo, foi um grande aprendizado, o qual pretendo compartilhar.
Para aqueles que afirmam que o Projeto Ficha Limpa – PLP de 1993 (sim tem dezessete anos que essa lei está sendo enrolada no Congresso) vai esvaziar a casa representante dos interesses da nação, a resposta simples e clara é: não! Vai apenas substituir as figuras marcadas que estão lá fazendo negócios a custa das expectativas e necessidades urgentes de uma nação.
Pois então, eu estava lá, acompanhado de mais meia dúzia de gatos pingados, e o que posso dizer é que no mínimo foi interessante estar lá. Primeiro ponto é dificílimo chegar às “Galerias” (o local de onde podemos acompanhar a seção). Antes de encontrar o corredor, através de uma porta quase fechada em um canto aparentemente em eterna reforma, pedindo orientação duas ou três pessoas haviam me dito que eu não poderia entrar na seção pois eu estava sem terno. Até que um nobre cavalheiro me ensinou o pedregoso caminho para a Galeria, lugar onde pode se entrar sem terno, e acompanhar o zoológico, a feira, que uma plenária no Congresso.
Estavam votando duas emendas que efetivamente descaracterizavam todo o projeto Ficha Limpa, uma a respeito dos colegiados, outro que permitia que o candidato processado consiga na justiça uma decisão de efeito suspensivo para se eleger, ou seja, todos. O que retira a validade da referida lei. Fato é que essa lei só passaria com essa pequena emenda, pois a maioria dos que a votavam tinham se elegido com dinheiro podre. Nossa Câmara e o presídio tem como diferença somente o tratamento que recebem seus interno, e os ternos, de resto, tudo igual.
O mais interessante contudo é a cara de pau, da infeliz atitude da maioria ali. Votando pelo “sim”, os deputados votavam a favor da emenda que descaracterizava o projeto. Cada deputado fez um discurso completamente diferente, e alguns até emocionados, mas todos votaram pelo “sim”. Uns foram categoricamente a favor da emenda defendendo que a democracia deve ser leniente com o fato de que bandidos e assassinos possam se candidatar. Outros, menos enlouquecidos, defendiam a necessidade do Projeto Ficha Limpa e a moralização da Casa, mas todos votavam sim.
Um fazia um discurso e diz “sim”, outro atacava esse, dizendo o completo oposto, e emocionado, também votava “sim”. Uma tremenda peça clown, um espetáculo que se não fosse triste, bem poderia ser muito engraçado. É uma ofensa a qualquer pessoa o que eles fazem. As duas emendas foram aprovadas: O Projeto Ficha Limpa é só fachada.

A posição da galeria, de onde qualquer pessoa pode assistir às votações, é pelo menos interessante: ao menos uma congratulação ao honrado Niemeyer. Ficamos no andar de cima assistindo em baixo um grande teatro feito para a população brasileira e para eles mesmos. Enquanto um deputado fala ao microfone todos os outros estão conversando em panelinhas, num frenesi que bem parece que estão rapidamente vendendo o Brasil. Ganhando dinheiro vendendo o que não é deles, isso no mínimo é apropriação indébita, para não dizer que são um bando de ladrões. A maioria bradando pela democracia, esta, que representa o grande volume de dinheiro que entra nos seus bolsos.
A democracia é algo importante, sim! A mais importante. A democracia plena, talvez uma utopia. As utopias são importantes. São metas, conjunto de princípios e ideais que devem ser buscadas sempre. Atingi-las significa atingir a plenitude da realização do ser humano sobre o planeta. A democracia também é um exercício, de aprimoramento das instituições, reflexo de uma educação completa que permita ao homem compreender todos os processos sociais dentro de sua unidade, o corpo social como um organismo do qual todos dependemos e fazemos parte.
Perguntei a um colega o que ele tinha achado da plenária, e ele me respondeu que nunca mais bebia na vida. A sensação ali realmente é de que ninguém leva esse país a sério! Pois deveriam, aqueles velhos abutres que se penduram à política por não oferecer educação ao povo, e assim tira o poder de suas mãos, e o transporta aos volumes financeiros de campanhas que promete quimeras à um povo faminto e desesperado porque não tem informação nem conhecimento.
Mas eu sou otimista, acredito no poder da informação e do conhecimento, e se nossos representantes não querem cedê-la ao povo, ela vai chegar de qualquer maneira, mais lenta, mas vai chegar. Pois não se enganem, a verdade, ninguém pode calar. E todos estes que agora pensam que estão saindo “ganhando” ainda vão ser lembrados pela história como grandes covardes, piadas. Suas memórias farão jus ao que construíram em vida.
A força da vida, não se enganem, é poderosa, caso contrário não estaríamos aqui.