sábado, 16 de janeiro de 2010

Desenvolvimento

Qualquer desenvolvimento concreto e duradouro deve obviamente ser precedido de investimento em pesquisa, produção, inserção de tecnologia. Não se trata de pensar a tecnologia inserida nos modos de produção, como maquinário na agilização dos processos de produção, como automatização desses processos. Trata-se, em verdade, da necessidade de impor desafios, ou melhor, enfrentar os desafios, existentes na relação entre desenvolvimento e equilíbrio, tanto ambiental, da compreensão das dinâmicas ambientais e o sutil equilíbrio existente; tanto quanto sociais. Ao contrário do que se possa imaginar, ao invés de uma crítica que procure ressaltar a necessidade de modificação do capitalismo (o que é, minimamente), este ponto revela a impossibilidade de um modelo de produção que tenha como centralidade a necessidade do lucro; e assim, é uma crítica ao próprio modelo.
De todo modo, tomando o foco sobre um desenvolvimento possível e necessário, concreto, consistente, dentro das impossibilidade impostas pela forma atual das relações existentes, e dentro desta, é indiscutível a necessidade de implementação de uma mentalidade ansiosa por desafios, que se possa enfrentá-los, direcionar investimentos a partir de tais. Todavia enquanto os agentes e atores do mercado estiverem atrelado ao poder político, jamais será possível transcender esse resquício colonial do atraso.
Um exemplo claro dessa questão se traduz na criação de bairros “ecologicamente corretos” que ao contrário de preservar, devastam a mata original e depredam áreas do meio ecológico, ignorando sua infindável, e essencial, importância às futuras gerações. Conquanto que o pecado maior sempre será atribuída à especulação imobiliária, a negligencia à busca de alternativas no desenvolvimento de tecnologias para a construção de edifícios efetivamente ecológicos tem caráter duplamente funesto. Em primeiro lugar é sórdido porque ignora todo o conhecimento adquirido, da importância da manutenção das espécies no planeta; em segundo lugar, porque não permite ao estudante, ao futuro profissional, ou à sociedade, a possibilidade de desenvolvimento de novas tecnologias que proporcionem efetivamente a existência de um modelo sustentável, perpetua a posição de eterno dependente de importação de tecnologia, buscando encontrar o equilíbrio na balança comercial nacional através da exportação de insumos primários, do agro comércio; intensificando as imensa feridas existentes nos territórios que se desenvolveram dentro do modelo atual a partir da colonização e exploração dos seus bens, os territórios colonizados.
Pacto doloroso e longínquo, das relações supérfluas de um grupo que não entende nem porque continua no poder, mas que a todo custo, e a todo preço, faz questão de se perpetuar e atravancar o sentido da história.

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“A mudança é parte da natureza humana, desejar a revolução é o que há de mais coerente nela; é a nossa condição de perpetuação através do tempo. Canalizemos então à Eros, o sentido da criação e da vida, façamos da vida este templo prazeroso da ampliação de nossas capacidades perceptivas”.