quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Os retrocessos da guerra, nenhum ganho.

A humanidade, através da história abortou suas maiores possibilidades de avanço técnico, científico e filosófico. Por muito tempo se culpou a igreja e sua sede pela manutenção das verdades como grande protagonista de nossa amarga história. Mas não foi a única, à alguns grupos específicos pode ser atribuído o doloroso papel.
A presente argumentação lança de lado o já ultrapassado pensamento evolucionista do sec. XVIII. Assim, partindo do entendimento de que o homem de hoje e o de ontem, só se diferenciam em relação a possibilidade de uso da tecnologia e de acesso às informações é que se realiza a crítica.
Portanto, a igreja aparece como co-protagonista, junto à burguesia, associando aos valores cristãos, nem tanto essencialmente cristãos, o desejo e a fantasia da moeda – objeto de troca difundido na idade média, pelo qual pode-se trocar por qualquer coisa, material, ou imaterial, permitindo deixar de lado o próprio homem. Princípios e valores de solidariedade que poderiam levar à consciência da realização coletiva da vida, como engrenagem dos processos, dão lugar à fantasia do acúmulo do ouro.
E assim, os burgueses europeus assassinaram os povos astecas, incas e maias, povos indígenas, africanos, milhares e milhares de pessoas, em busca do tão sonhado ouro. E estancaram a grande oportunidade que tivemos de progredir ao somar as diversas culturas. O mais intrigante é que os povos que aqui existiam pareciam dispostos a integração.
Através da sede cruel de destruição, estes europeus cometeram os mais graves e tenebrosos atos contra a vida, encontrando no seio de novas ciências como a geografia, antropologia, a teologia as justificativas para seu terrível fim. Por isso a reafirmação do papel crítico que essas ciências tenham que realizar como uma forma de dívida histórica.
Assim, que muitos estudiosos ao voltarem os olhares para a história, fazem a análise inversa, de que através da guerra é que surgiram os grandes avanços científicos. Ledo engano, o surgimento da ciência e sua necessidade de descobrir o mundo, já que não podíamos mais confiar nas “historinhas” das igrejas, sempre se ocuparam no sentido do desenvolvimento. Mais uma vez as guerras fizeram unicamente limitar o potencial criativo das inovações para as estratégias bélicas, atrasar a divulgação das técnicas que julgavam interessantes ao combate.
Depois coube ao modelo capitalista, este que visa unicamente o lucro em detrimento de qualquer outra coisa, instalar a fantasia e a sensação de necessidade dos aparelhos técnicos, como se fossem inerentes ao próprio homem e destituídos do seu valor histórico.
Atribuir às guerras um valor de progresso é um equívoco, pois são na verdade um ato de aborto a um progresso verdadeiramente humano.
As guerras representam unicamente um retrocesso filosófico, democrático, um aborto ao processo democrático, espiritual, humano. A guerra é ato anti-progresso, anti-vida, a guerra é injustificável e absurdamente impensável ou aceitável.
O mundo não precisa de mais guerras, nunca as precisou.

3 comentários:

  1. E isso ai greg

    acabei de ler um texto do leonardo boff e uma das teses que ele defende no texto é justamente essa a de que não é a guerra a responsável pelo desenvolvimento da linguagem mas sim a necessidade de convivência pacífica dentro dasdiferentes comunidades. A argumentação é a de que para a guerra são necessários apenas rudimentos de linguagem, ordens simples, mas a convivência em sociedade demanda uma maior quantidade de informações e de ferramentas dialógicas.
    Acredito que essa argumentação da linguagem pode ser utilizada também para o desenvolvimento tecnológico.
    Valeu cara

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. A guerra não é dos pensadores e cientistas, ela é dos ambiciosos, sedentos de poder, cegos de sua ambição e ignorância. Se não fosse essa sede pelo poder talvez já andassemos em carros à energia renovável.
    Acredito q todo cientista é também um sonhador.
    Só é preciso lembrar de Santos Dumont ao ver os aviões usados em guerra o levou a cometer suicídio. Realmente esse discurso de progresso através da guerra é uma falácia.

    Boa reflexão! Abraço!

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