quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Pais e filhos...

Existe uma grande parte da cinematografia mundial, daí pode-se inferir, especificamente, Hollywoodiana, o que vale também pro universo dos romances (livros), que busca evidenciar, talvez no anseio de buscar descobrir as possíveis causas, ou mesmo de compartilhar a angústia que muitos pais expressam perante a impossibilidade de compreender os filhos; ou mesmo da frustração de perceber nos filhos pessoas completamente opostas a elas, e às suas expectativas.


Em boa parte destas obras tem-se então um pai, ou pais (inclue-se aqui a mãe), que são verdadeiros super-heróis, dotados de talentos surpreendentes, e principalmente de uma singular força vital, cuja limitação aparentemente somente se revela na incapacidade de fazer revelar ao filho á imensa sabedoria e conhecimento dos processos da vida, que possívelmente lhe trariam a anulação dos conflitos e ansiedades. Sem entrar na discussão que a própria tensão gerada por esse universo de expectativas impõe sobre os filhos; paralelamente à versão sugerida, corre outra versão, a das infinitas possibilidades da vida não acessíveis. A vida, que aparentemente é única, e assim impossibilitada de comparação impõe a dúvida da certeza das decisões.

De tal maneira, costumeiramente na gama literária acima mencionada, é possível vizualizar um processo de projeção do fator limitador aos filhos. O super-herói que tudo pode, não é capaz de usufruir da liberdade, que em verdade é virtual, e assim pode atribruir a qualquer motivo o fator da limitação, menos à própria condição da vida, e acaba atribuindo em maior parte ao filho. Que se num primeiro momento urge pela atenção e amor, logo que percebe a culpa sobre o destino do progenitor, se esconde na apatia, indolência, ou rebeldia; até o momento que consegue atingir maturidade necessária pra entender que não tem culpa de nada e que na verdade, seus pais, os grandes super-heróis, são uns babacas e a culpa dos seus possíveis fracassos são unicamente deles.

- esse texto é inspirado no livro “Clube do Filme”, não lembro o nome do autor.

Aos pais o sentimento de “Porra, ferraram minha vida e ainda sou obrigado a ajudar eles a chegar a algum lugar”. Ao filhos “Onde foi que eu errei? Só faço merda mesmo” (Talvez daqui Freud tenha intelectualizado a percepção da fase anal na criança– Pra rir mesmo); seguido de “Vou ser qualquer coisa oposta aos meus pais”.

E no fundo, todos se amam, de uma forma ou outra. Tão contrário assim é mesmo o amor. Talvez seja o amor a liga que consiga manter toda essa contradição dentro de uma possível unidade.
Vamos amar então.

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