quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Estimular, e não punir.

Um dos problemas na educação que se percebe é o foco no erro, e não no acerto.

É incrível que seja essa a relação que se estabelece de modo geral no interior da instituição pensada enquanto modalidade de capacitação do sujeito ao desenvolvimento de suas possibilidades cognitivas.

Se até em nossas relações inter-pessoais é interessante que busquemos enaltecer as qualidades de nossas companheiras, amigos, semelhantes; por que logo na educação encontra-se a relação do caminhar em direção à ampliação da capacidade de compreender o mundo a partir da punição do erro, ao invés do estímulo ao acerto?

Pois bem, a partir dessa perspectiva um cem números de erros se estabelecem na relação professor-aluno. A dúvida, a pedra filosofal da construção do conhecimento torna-se uma confissão da fraqueza, da deficiência de se aprender; a maioria dos professores incapazes se escondem atrás da arrogância para esconder a limitação da sua compreensão sobre o assunto e a "máxima" absurda de que alguém que saiba muito sobre sua matéria tenha dificuldades de ensinar, justamente porque sabe muito, encontra condições de se materializar. Ora, trata-se de um grande absurdo filosófico. Alguém que efetivamente saiba tudo, logicamente percorreu todos os percursos das dúvidas, se de fato caminhou no sentido de compreender a fundo o que se pretende. Apenas a dúvida capacita a compreensão, o entendimento, e não mero reconhecimento do que está exposto traz em si a luz da verdade, unicamente porque assim que funcionam as coisas.

Buscar entender de fato, é desafiar o raciocínio. O colégio, de modo geral, é uma instituição falida, e o reflexo disso é a própria sociedade, a irracionalidade que se busca impor. Com certeza, tudo isso reflete as lógicas do modo de produção atual. Mas isso é outro papo, e fica para outro post.

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